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OITO ERROS A EVITAR PARA UM BEBÉ DORMIR BEM


Nesta edição da newsletter de ‘Os Ilustes’ deixamos-lhe um interessante artigo sobre os oito erros mais comuns, cometidos pelos pais, no que toca ao sono das crianças.

Saiba, neste artigo da revista ‘Única’, que de seguida transcrevemos, como atenuar as noites agitadas.

1. Deitar a criança na cama quando já está a dormir

Se a criança é deitada na cama já a dormir, isso significa que terá adormecido ao colo, na cadeirinha ou noutra cama que não a sua. É um erro comum e um obstáculo para que desenvolva a capacidade de adormecer sozinha, sobretudo quando acordar durante a noite.

Rosa Gouveia, pediatra e vice-presidente da Sociedade de pediatria do Neurodesenvolvimento (SPND), explica que entre os dois ciclos de sono de um bebé - REM (mais leve) e não-REM (mais profundo) - há sempre um breve acordar, possivelmente de 5O em 50 minutos, que acontece entre sete a dez vezes por noite. "quando não está adquirida a autonomia para adormecer, o bebé vai necessitar do apoio dos pais cada vez que acordar." Ao adormecer na sua própria cama, estará aos poucos a aprender afazê-lo sozinho, sem necessidade de sair da cama ou de colo cada vez que tiver de voltar a adormecer.

2. Alterar rotinas

Os momentos que antecedem a ida para a cama devem ser o mais semeIhantes possíveis em cada dia. A rotina depende da idade, mas pode ser a lavagem dos dentes, uma história e um beijinho, ou, nos mais pequenos, uma canção de embalar e um beijinho, sugere a pediatra. É importante que a história tenha final feliz, sem deixar espaço para pesadelos ou medo, inimigos de uma noite sossegada. O psicólogo Ângelo de Sousa sublinha a importância dessa transição para o sono, na qual a criança precisa de se sentir segura para que aceite deixar-se adormecer. Ver televisão não tem de ser proibido, segundo Rosa Gouveia, apenas deve ser escolhido um programa adequado e não deve prolongar-se até tarde. Na visão de Berry Brazelton, o pediatra mais famoso no mundo e autor de vários livros, o importante é que as brincadeiras e a agitação sejam seguidas de um ritual calmo e relaxante, antes de ir dormir.

3. Deixar as sestas colidirem com as noites

Saber como é que a criança passa o seu dia deve ser o primeiro passo dos pais. Este é um dos principais conselhos dados por Brazelton, que aconselha os pais a questionarem-se se o bebé dorme uma sesta demasiado longa e/ou demasiado tarde. "Para os bebés com mais de um ano, as sestas devem ser iniciadas mais cedo, por volta da uma da tarde, e durar apenas duas horas no máximo. Qualquer repouso depois das 15h irá certamente quebrar o ciclo de atividade e diminuir a necessidade de um sono profundo e contínuo durante a noite", escreve em "O Grande Livro da Criança". Se for o caso, será necessário coordenar esses horários com a rotina que a criança tem no infantário.

4. Dormir por regra na cama dos pais

Transmitir tranquilidade e segurança ao bebé é fundamental e faz parte do papel dos pais. Nada poderia parecer melhor e mais fácil do que levar o bebé para a cama dos progenitores quando ele chora, até pelo conforto e sossego que ver o bebé a dormir pode transmitir. Que isso aconteça a título excecional não é "inconveniente", mas é importante que não se torne um hábito, sublinha Rosa Gouveia. Permitir que a criança se habitue a dormir o início da noite na sua cama e o resto da noite na cama dos pais, ou vice-versa, é um obstáculo para que consiga dormir sozinha. Brazelton aconselha os pais a estarem atentos ao facto de a criança poder tornar-se mais dependente deles durante o dia se tomar como hábito dormir na cama deles.

5. Apagar completamente as luzes

A transição entre a vigília e o sono, a que se refere Ângelo de Sousa, inclui deixar à criança uma sensação de presença dos pais. "O adormecer representa, por vezes, para as crianças uma experiência difícil, e por isso não é raro vê-las a “lutar contra o sono" quer pela excitação e satisfação que tiram do estado de vigília, quer pelo que representa enquanto separação da mãe, estar no escuro, pensar na vida fantasmática ou em sonhos maus que porventura tiveram um dia." Deixar uma Iuz acesa ou a porta aberta, "para que a criança pressinta

os pais, mesmo que com as vozes ao longe", são formas de atenuar os receios. Contudo, segundo Rosa Gouveia, se a criança se habituar a adormecer com uma luz acesa, ela vai necessitar dessa luz para readormecer durante a noite. "Da mesma forma, se a criança se habituar a adormecer na total escuridão, só readormecerá se estiver escuro". As luzes de presença, com uma iluminação muito ténue, são ideais para o quarto do bebé.

6. Usar durante o dia o boneco para dormir

Ter um boneco, uma chupeta, uma almofada, uma fralda ou qualquer outro objeto para dormir é muito importante. São designados "objeto de transição" e são mais uma ajuda a que o bebé irá recorrer para readormecer durante a noite. "Representam simbolicamente a presença da mãe protetora e embaladora", explica Ângelo de Sousa. Berry Brazelton aconselha a ter um único brinquedo preferido para a hora da cama, em vez de ter vários. "As crianças diminuem o valor e o significado daquele que é o favorito". Essencial ainda é que os pais tentem que esse boneco seja utilizado exclusivamente para adormecer, defende Rosa Gouveia, para que o bebé possa associá-lo à necessidade de dormir. A pediatra destaca ainda a necessidade de que o objeto seja "mole, lavável, sem peças pequenas que se possam soltar e sem pelos."

7. lgnorar o choro

As causas do choro são inúmeras e, segundo Rosa Gouveia, deixar uma criança a chorar não é boa solução, já que nem ela nem os pais vão conseguir dormir. Mas o conselho é acalmá-la, dar-lhe palmadinhas nas costas mas sem a tirar da cama, para que consiga readormecer sozinha. Sendo o choro uma chamada pela mãe, é relevante que os pais consigam identificar os diferentes choros da criança e adaptar-lhes uma resposta, diz Ângelo de Sousa. Até porque o choro pode dever-se a outras razões: fome ou desconforto causado por excesso de calor, frio ou fralda suja.

"Noutras situações, pode ser sinal de que o bebé está doente: que tem febre, dores de ouvidos, obstrução nasal, dificuldades respiratórias, dores de barriga

ou dores de cabeça", explica Rosa Gouveia.

8. Acordar a criança em caso de sonambulismo ou terrores noturnos

O sonambulismo, os terrores noturnos e os pesadelos são episódios distintos. Com sonambulismo é possível que a criança se sente na cama, se levante ou ande pela casa. Já os terrores noturnos, explica a pediatra, caracterizam-se por choro inconsolável, gritos, respiração, batimentos cardíacos acelerados e sudação. "Podem surgir em 3% a 6% das crianças a partir dos três anos e costumam ocorrer cerca de uma hora depois de adormecer. A criança parece muito assustada e, embora tenha os olhos abertos, está a dormir." Em ambos os casos, os pais não devem acordar a criança, pois assim ficará assustada. Enquanto que os terrores noturnos não deixam memória, o mesmo não acontece com os pesadelos: neste caso, os pais devem pedir à criança que conte o sonho, procurando desmistifica-lo.

Fonte: Única/Expresso

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