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Este mês, deixamos duas sugestões de leitura que vão responder a várias questões e anseios dos pais.

Por um lado, quem nunca colocou a questão ’Devo obrigar o meu filho a comer?’ e, por outro, ‘O meu filho não fala! O que devo fazer?’.

Duas perguntas que, provavelmente, já colocou por diversas vezes. Nestes artigos que sugerimos poderá encontrar as respostas de que tanto anseia.

“O MEU FILHO NÃO FALA”

O desenvolvimento da linguagem gera muitas perguntas e, por vezes, alguma ansiedade. Na maioria dos casos não se trata de um verdadeiro atraso, mas apenas de um desvio em relação à média das outras crianças, sem que isso tenha qualquer significado.

A linguagem representa uma das principais caraterísticas dos seres humanos. Para uma criança, que está a crescer em corpo e em desenvolvimento intelectual, a fala vai sendo aprendida aos poucos e representa uma forma fundamental de contacto e interação com o mundo que a rodeia.

Principalmente os mais próximos, como são os seus pais e os seus irmãos ou colegas de creche.

Para os pais, o desenvolvimento das capacidades de comunicação do seu filho ou filha representam uma grande evidência de que aquela criança se está a desenvolver corretamente. De uma forma geral, o crescimento do corpo (peso, altura, perímetro cefálico), as aquisições motoras mais grosseiras (segurar a cabeça, sentar, gatinhar, andar, correr) e o desenvolvimento da linguagem, representam os três grandes pilares do desenvolvimento infantil mais facilmente percetíveis para os pais. Por esta razão são tão frequentes as perguntas e tão constante a ansiedade de alguns casais quando pressentem (muitas vezes sem razão) que algo não está a correr bem com a linguagem.

A evolução da linguagem é gradual e obedece às mesmas regras do desenvolvimento infantil em outras áreas com períodos de maior desenvolvimento alternando com outros de mais acalmia. E, mais importante de tudo, nem todas as crianças são iguais. Umas têm um ritmo mais lento, outras mais rápido. E numa mesma criança o ritmo pode variar de tempos a tempos. É importante que os pais conheçam o que será de esperar de uma criança em cada etapa do seu desenvolvimento em termos de linguagem mas, mais importante ainda, é conhecer os “sinais de alarme”, ou seja, aquelas idades em que determinadas etapas já deverão estar concluídas e que, caso não o estejam, devem levar o pediatra a investigar o que se passa. Mas atenção: nada deve ser rígido e só a experiência do pediatra que segue a criança poderá dizer se neste ou naquele caso em particular os achados são normais ou algum teste suplementar é necessário.

A avaliação da linguagem é, muitas vezes, difícil na consulta de rotina, onde a criança está pouco à vontade, envergonhada ou chorosa. Por isso, o pediatra socorre-se muitas vezes da informação dada pelos pais em relação ao que se passa em casa.

Poderá ficar a conhecer as situações capazes de provocar atrasos na linguagem, as principais etapas do seu desenvolvimento, o caso especial da gaguez ou os principais sinais de alarme que deve ter em conta, neste extenso mas interessante artigo, AQUI.

Fonte: Pais & Filhos

 

DEVEMOS OBRIGAR AS CRIANÇAS A COMER? OS ESPECIALISTAS RESPONDEM

O seu filho raramente come tudo o que está no prato e sente que já não sabe o que fazer. Mas será realmente eficaz obrigá-lo a comer? Insistir para que ele deixe o ” prato limpo”, utilizando mecanismos de chantagem como “se não comes tudo, não vais brincar”, pode não ser a melhor solução.

Seja em casa, na creche ou na escola, em todos estes locais o seu filho sente a pressão de “ter de comer tudo até ao fim”, caso contrário ficará a perder uma brincadeira ou seguirá direto para o castigo. Falámos com um pediatra e duas nutricionistas para tentar perceber se de facto a política de obrigar as crianças a comer deve ou não ser utilizada. A resposta foi unânime: não devemos obrigar as crianças a comer!

Quer saber porquê e o que fazer para que o seu filho aprenda a ser mais saudável, porque na verdade tudo passa por aprender e educar? Então vamos dar a palavra a quem sabe. O pediatra Mário Cordeiro, membro da Sociedade Portuguesa de Pediatria e autor dos livros de sucesso “O Grande Livro do Bebé” e “Educar com Amor”, responde assertivamente que não devemos obrigar as crianças a comer, relembrando que o essencial é educá-las também nos hábitos alimentares.

O pediatra relembra ainda que “nenhum animal sadio com comida à frente recusa alimentar-se, se tiver fome. (…) Aliás, a própria birra inerente à recusa é uma mostra de que têm energia que chegue, caso contrário estariam apáticas”.

Agora pense, será que obrigar a criança a comer (o que supostamente ela recusa por não gostar) é o mais correto se o armário estiver cheio de doces, guloseimas, fritos ou refrigerantes? Se quer que o seu filho beba mais água, então o melhor será fazer com que a Coca-Cola desapareça da mesa. Quer que coma mais vegetais e fruta? Então deve educá-lo nesse sentido, ou seja, educar o palato como explica a nutricionista Magda Roma, autora dos livros “A dieta anticancro” e “Dieta M”.

A gordura já não é formosura, ou pelo menos não significa estar de boa saúde. Mas ser magro também não é o melhor indicativo para perceber se uma criança é ou não saudável, já que tudo dependerá da sua dieta alimentar, do seu nível de atividade física ou do sedentarismo. Tudo depende das calorias que ele precisará de ingerir e de outros fatores como a idade, sexo ou altura. “Estar muito magrinho” não pode servir de argumento para querer que o seu filho coma este mundo e o outro porque precisa de aumentar de peso.

A nutricionista Rita Morais, da Clínica Médica e Paramédica de Oliveira do Hospital (CMPOH), relembra a necessidade dos pais se envolverem neste processo de educação, ou em alguns casos, de reeducação alimentar.

Quando os alimentos são usados como instrumentos de obediência

Numa época marcada pelos registos de sobrepeso ou obesidade infantil que afetam uma em cada três crianças portuguesas, é cada vez mais importante repensar modos de vida e sobretudo as regras alimentares. A maioria dos alimentos esconde níveis elevados de açúcar que são muitas vezes oferecidos às crianças, como recompensas de “bom comportamento”.

Mas não falamos só de recompensas de comportamento. Muitas vezes os alimentos (aqueles que as crianças se recusam a comer) são utilizados como instrumentos de obediência. “Este método geralmente é usado para fazer com que a criança faça os trabalhos de casa, tarefas domésticas, ajudar os pais ou para se portar bem: ‘se comeres o peixinho todo, compro-te um jogo’, ‘se comeres a sopa, deixo-te ir brincar'”, confirma Rita Morais.

O pediatra Mário Cordeiro explica que “os alimentos são, antes de mais, um fator de nutrição. Claro que há sabores, como os doces, que podem constituir um símbolo de recompensa, dado que são gostosos, são antidepressivos e libertam endorfinas. Por outro lado, há alimentos que podem ‘cair na mesa’ excecionalmente e que representam, por isso, exceções e transgressões. Todavia, o ‘come senão não te dou isto’ é errado. Uma coisa é comer. Outra é dar ou não”.

No entanto, o pediatra também alerta para outra situação igualmente importante e que revela a outra face da moeda. É que as crianças, em certas idades, também começam a a utilizar a alimentação com arma para conquistar determinadas vantagens. O pediatra dá o exemplo: “Enquanto vestir, por exemplo, com mais luta ou menos luta acaba por ser possível, comer, só se o “interessado” quiser, porque mesmo forçando há o “plano B” de cuspir ou mesmo vomitar”.

Mário Cordeiro explica que alimentação é um dos principais desígnios do ser humano, já que lhe permite sobreviver. ” ‘Quem não come, morre…’. é sabido. Mas falta o post-scriptum da frase: ‘se não tiver comida disponível’ “, acrescenta o pediatra. O que significa que se as crianças souberem que existem alternativas, também as irão utilizar como fuga.

É importante não alimentar este jogo de medir de forças entre pais e filhos. “A alimentação não deve ser usada para educar ou chantagear a criança, façam-no de outra forma, mas também não cedam a chantagens. Se o vosso filho comer o peixe todo só está a fazer uma alimentação completa e saudável, promovendo o crescimento e desenvolvimento adequados”, esclarece a nutricionista Rita Morais, que considera que começamos muito cedo a utilizar os alimentos saudáveis com uma conotação negativa do tipo “come o que menos gosta (ou não está habituado a comer) para fazer o que mais gosta”, acrescenta.

Reeducar para uma alimentação saudável. Os conselhos para os pais.

Recusar fruta, vegetais, sopa ou peixe pode ser um cenário habitual em muitas famílias. Uma das principais razões para a recusa diz respeito à existência de alternativas na despensa. Não há nenhuma fórmula secreta que permita seduzir as crianças para o consumo de alimentos saudáveis, mas há pelo menos uma que pode ajudar: eliminar da despesa esses alimentos pouco saudáveis.

Bolos, bolachas, batatas fritas de pacote ou refrigerantes. A maioria integra o lote de produtos processados que não vão ajudar na reeducação alimentar. A nutricionista Magda Roma considera imprescindível “fugir dos alimentos processados” e diz-se assustada por verificar que a maioria das crianças leva apenas produtos altamente calóricos e açucarados na lancheira.

“Com o dia a dia, o stress, a falta de tempo é sempre mais fácil ir até uma roulotte ou shopping comer do que passar algum tempo na cozinha, e eu, promovo sempre o voltar à cozinha e começar a preparar os alimentos”, aconselha a nutricionista.

O pediatra Mário Cordeiro defende que é necessário definir os hábitos alimentares desde cedo. Aconselha a não ter em casa os produtos considerados inadequados e chama a atenção dos pais.

Todos os especialistas concordam que existem algumas dicas básicas que podem ajudá-lo a si e ao seu filho. É importante fazer um bom pequeno almoço, que aposte nos cereais integrais, fruta ou lacticínios magros. A água deve ser regra, explicando que ela é a base do equilíbrio corporal. Deve ainda insistir nas várias refeições ao longo do dia, tendo sempre em conta a quantidade de alimentos necessários para que os seus filhos fiquem saciados e com energia.

A nutricionista Magda Roma acrescenta que é importante diminuir o tamanho dos pratos. “Hoje em dia os pratos são autênticas travessas e nós continuamos a enchê-las como se estivessem vazias”, refere.

Rita Morais dá ainda outra dica importante sobre as (às vezes) terríveis idas às compras. “Se as crianças são muito “pedinchonas” no supermercado, não as levem, existem muitas tentações para os mais novos e para os mais velhos, por isso poupem-se de chatices e despesas extra”, diz a nutricionista.

“Quanto mais comer, melhor” já não é a regra.

A má alimentação está hoje associada a várias patologias graves como diabetes, hipertensão ou colesterol alto. É importante comer bem, sim, mas de acordo com as necessidades, relembrando que existe espaço para tudo na alimentação. Para os alimentos saudáveis e para as exceções.

Ensine o seu filho a comer, mas não faça da palavra “obrigar” a sua regra de gestão. Fale-lhe da importância de se alimentar bem para ter energia para as brincadeiras. Não permita que a pressão de “deixar o prato limpo” afete o seu filho e o modo como ele encara a hora das refeições. E agora, hora da papa!

Fonte: Observador

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