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CORONAVÍRUS: CUIDADOS A TER COM AS CRIANÇAS


A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, disse recentemente que “compensou ter aberto presencialmente uma parte do ensino nas últimas semanas do último ano letivo”, pois a percentagem de pessoas infetadas em estabelecimentos de ensino foi muito pequena (a rondar os 0.2%).

A especialista em saúde pública falava aos jornalistas na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia da COVID-19, onde foi questionada sobre os ensinamentos retirados da reabertura parcial do ensino presencial no final do último ano letivo.

“Nós aprendemos com o final do ano letivo presencial que o risco não é zero […], mas cumpridas regras, nomeadamente da máscara, distância física, higienização […], as vantagens de frequentar o ensino superam muito o risco”, disse Graça Freitas, destacando que os poucos casos de COVID-19 que surgiram “tiveram evolução muito positiva”.

Com a abertura do ano lectivo, o que se pode esperar? Que medidas tomar?

Os estudos demonstram que a pandemia do novo coronavírus tem poupado as crianças.

Quando infetados pelo novo coronavírus, os mais pequenos têm tendência a apresentar sintomas mais ligeiros e um menor risco do que os adultos. Ainda assim, há precauções a tomar, sobretudo na proteção dos mais velhos, que podem ser contaminados por uma criança infetada mas assintomática.

1. Como se manifesta a Covid-19 nas crianças? A que sintomas os pais devemos estar atentos?

Ao contrário do que parece suceder com os adultos, a COVID-19 na grande maioria das crianças pode não dar quaisquer sintomas ou dar sintomas ligeiros parecidos com uma constipação ou gripe. As crianças podem ter febre, tosse e por vezes dificuldade em respirar. Em alguns casos queixam-se de cansaço, dores no corpo, dor de garganta e apresentam diarreia.

2. Como distinguir de uma gripe ou constipação normal?

Não há forma de distinguir pelos sintomas uma gripe ou uma constipação da COVID-19, sobretudo em crianças. O diagnóstico confirmado de COVID faz-se usando o teste específico para esta doença e deve ser aplicado apenas se sintomas respiratórios: febre ou tosse ou dificuldade respiratória e um contacto com caso confirmado.

3. As crianças são um grupo de risco? Porquê?

Apesar da COVID-19 ser uma doença recente, descoberta há menos de 3 meses, os estudos demonstram que esta pandemia tem poupado as crianças, não existindo mortes no mundo pela COVID-19 em idade pediátrica.

As crianças são sim um risco para as pessoas mais velhas, sobretudo os avós, já que não tendo sintomas ou tendo tosse ligeira podem transmitir a doença através das gotículas e das fezes, provocando doença grave nos idosos ou mesmo a morte.

4. Em que situações é que as crianças devem ir ao Hospital?

A vigilância de bebés pequenos (crescimento, alimentação, exame físico) é extremamente importante. O pediatra ou médico assistente poderá avaliar a necessidade de consultas noutras idades, de acordo com particularidades em cada criança.

Relativamente à vacinação consideramos que as primeiras doses de vacinação num bebé são prioritárias: previnem doenças e são uma questão de saúde pública. Aconselhamos por isso vacinação em todos os bebés até aos seis meses e aos bebés de 12 meses. As vacinas dos 18 meses, 5 e 10 anos poderão ser adiadas.

Recordamos ainda que crianças com sintomas respiratórios não devem dirigir-se à consulta e se os sintomas forem ligeiros podem controlar a doença em casa, isolados. Recorram apenas à urgência criteriosamente se persistência de febre, prostração, gemido ou irritabilidade, recusa em alimentar, vómitos ou diarreia persistentes, manchas no corpo ou agravamento da dificuldade em respirar.

Fontes: DGS + CUF

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