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REGRAS À MESA


Com a chegada das férias as crianças passam mais tempo com os pais. Se a alimentação e o comportamento à mesa já podem ser temas habitualmente difíceis ao pequeno almoço e jantar, em férias, poderão sê-lo a todas as refeições do dia durante um extenso período de férias.

Assim, o colégio ‘Os Ilustres, deixa-lhe, como proposta de leitura, um interessante artigo sobre este tema do pediatra Paulo Oom.

Pai de cinco filhos e com uma extensa bibliografia editada sobre pediatria, o médico, membro fundador da ‘Associação Portuguesa de Saúde Escolar e Universitária’ faz parte da ‘Sociedade Portuguesa de Pediatria’ e da direcção do ‘Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos’.

REGRAS À MESA

A hora das refeições deveria, pelo menos em teoria, ser um momento agradável para todos, pais e filhos. É uma oportunidade única poder ter a família reunida à volta de uma mesa, a conversar sobre tudo o que aconteceu nesse dia e a fazer planos para os dias seguintes ou para algum acontecimento especial, como uma festa de anos ou as próximas férias. Infelizmente, nem sempre é assim...

Uma criança deve comer três refeições principais por dia (pequeno-almoço, almoço e jantar) e três refeições secundárias (meio da manhã, meio da tarde e ceia), sendo que alguma destas últimas pode eventualmente ser dispensada, nomeadamente a ceia.

Os pais devem preocupar-se em proporcionar aos seus filhos alimentos de qualidade e às horas certas. A quantidade, a partir dos 2 anos, é um aspeto pouco importante e deve ser da responsabilidade da criança.

A alguns pais aconselho utilizarem a regra dos 3/4. Isto significa que a criança deve comer 3/4 do que tem no prato, sendo o último quarto facultativo. Para os pais é um alívio saber que ela comeu alguma coisa e para a criança é um alívio também saber que pode deixar alguma coisa no prato. Mas o ideal, e sempre que possível, é deixar que seja a criança a servir-se, combinando com ela previamente que tudo o que puser no prato terá de comer a seguir. Desta forma a criança fica responsável pela quantidade que come, deixando a mãe de se intrometer neste aspeto. Bem sei que algumas mães dirão que aquilo de que a criança se serve é ridículo. Mas nunca ninguém morreu à fome com a comida à frente.

Respeitem o apetite dos vossos filhos e isso evitará muitas guerras desnecessárias.

A bem da nossa sanidade mental, é também fundamental estipular um tempo máximo para a refeição, nas crianças mais preguiçosas. O tempo que deve ser dado para cada refeição não deve ultrapassar os 20 ou 30 minutos. Tudo o mais (a não ser por a família estar divertida à volta da mesa de refeições, situação em que o tempo não interessa) é um exagero. Passado este tempo, a mãe deve retirar o prato da frente da criança e guardá-lo no frigorífico para a refeição seguinte.

Se a mãe fizer isto de forma repetida, seguramente a criança vai começar a comer tudo o que tem no prato, pois já sabe que não pode comer nada entre as refeições. Nos casos em que a mãe fica muito inquieta, por ver o tempo a passar e estando constantemente a lembrar ao filho que está quase a acabar, o melhor é utilizar a técnica do cronómetro: no início da refeição a mãe liga o relógio do forno para vinte minutos e avisa a criança de que a refeição termina quando tocar. Desta forma a responsabilidade pela contagem do tempo passa para aquele objeto, libertando a mãe dessa função. E o objeto não é manipulável, como é a mãe.

Para evitar distrações, não deve existir televisão na zona das refeições e os brinquedos não devem ser permitidos em cima da mesa. Da mesma forma, para as crianças mais velhas, deve ser proibido levar o telemóvel para a mesa. Estes devem ficar no quarto, onde não se oiçam.

É também importante que a criança não coma entre as refeições, mesmo que o que tenha comido na refeição anterior pareça, para os pais, manifestamente insuficiente. Comeu o que quis e agora só come na refeição seguinte. Nada de bolachinhas, biscoitos ou pão nos intervalos, pois isso só vai contribuir para diminuir o seu apetite para a refeição seguinte e dá-lhe a sensação de que nunca precisa de terminar as refeições, pois tem sempre um plano B à base de bolachas e outras coisas que tais. Não podemos esquecer-nos nunca de que somos nós (e também os irmãos mais velhos) quem tem de servir como modelo daquilo que queremos que os nossos filhos façam. A nossa conduta à mesa é fundamental para que os mais pequenos aprendam (por imitação, não por lhes ter sido dito ou exigido) a comportar-se como deve ser.

E quando a criança se porta devidamente, o elogio deve estar sempre na ponta da língua. Tem uma grande força quando dito na altura certa. Uma pequena recompensa, como uma sobremesa especial, também ajuda a motivar a criança a comer tudo o que tem no prato.

Quando a criança se porta mal à mesa, por exemplo atirando comida para o chão

ou na direção dos irmãos, não limpando a boca antes de beber água ou não usando o guardanapo, a nossa atitude deve ser a mesma que utilizamos para as falhas em geral. Se a transgressão é pequena, o melhor é não ligar para não fazermos da hora da refeição uma verdadeira guerra sem tréguas, cansativa para todos.

Muitas vezes, reparar e emendar todos os pequenos gestos tem até um efeito contraproducente, pois leva a criança a repeti-los até à exaustão como forma de chamar a atenção. Mas se a falta é mais grave, uma reprimenda ou dizer "não" de forma calma e firme devem ser opção.

Fonte: Lux | Autor Paulo Oom

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